terça-feira, 16 de julho de 2013

Aquele das 300 horas no aeroporto

Há exatamente um ano (e duas horas) eu chegava da minha última viagem ao Rio de Janeiro. Ainda faltam dois meses para pisar novamente em terras cariocas e esquecer do trauma sofrido no dia 16 de julho, após sair do Aeroporto de Santos Dumont. Nada como ter que chegar 18h no trabalho e o Aeroporto de Vitória estar fechado devido ao mau tempo. Nada como ficar horas e horas dentro de uma aeronave, sem saber se ela finalmente vai pousar, cair, voltar.

Quem poderia prever? Assim como todos os traumas sofridos ao longo dos anos, e daqueles últimos dias, eles em sua maioria não podem ser evitados, previstos. É difícil orquestrar uma manobra para um futuro incerto. E de incertezas eu ia vivendo, principalmente em 2012. De forma que, hoje, me pego lembrando daqueles momentos dentro do avião, tentando pousar duas vezes em Vitória, voltando para o Rio de Janeiro, esperando e esperando até finalmente poder voltar para casa. Ou melhor, para o trabalho. Aproveitar para pensar, parando apenas para tomar um café. Eu não tinha nem um livrinho na bolsa.

Sempre achei que ser uma pessoa legal fosse me livrar de ser sacaneada. Porém, quando lembro de acontecimentos de um ano atrás, dois, até mesmo seis anos, sem contar aqueles que não me recordo por estarem tão longe na linha do tempo, percebo como isso é uma grande ilusão. O mundo não é e nunca será dos bonzinhos. Seja dentro do avião, com 24 anos e tristezas a bordo. Seja com 25 anos e plenamente feliz. Temos de aprender a sobreviver. Vou sobrevivendo.

quinta-feira, 11 de julho de 2013

Aquele do cardigan (ã?)

Criei um blog e a primeira coisa que se esperava de minha pessoa era NÃO encher mais a timeline alheia com divagações, etc (não que eu fosse um desses chatos da internet que se acham entendedores do mundo, o universo e tudo o mais. Talvez alguém até me julgue assim, mas juro que não sou ou pelo menos tento não ser. Quero ser legal, poxa). 

E qual foi a minha primeira atitude? Encher a timeline alheia... Só percebi depois que cliquei em publicar. Acredito que isso acontece com muitos. Aquele arrependimento instantâneo e o orgulho em não despublicar. Deixa aí, já foi... olha, uma curtidinha, duas, ih, agora que não vou excluir mesmo. É só controlar os dedos na próxima, para de falar besteira garota, ninguém se interessa por sua vida, quanto mais pelo que você comprou da última vez que foi ao shopping. Ih, 15 curtidinhas, 19, 24... nada como uma pequena audiência no Facebook para nos fazer sorrir em um fim de tarde sem nada para fazer. Quanta besteira, meu Deus. Deve ser culpa da falta de trabalho.

O cardigan (ã?).
Acontece que ontem comprei um cardigan novo. Vi no Google que pode ser cardigã, é verdade? Mas então, ontem #fuiprarua, para pagar as minhas continhas, continuar com a história do meu diploma que nunca fica pronto, e todas aquelas coisas de gente adulta e formada. Um saco. Fui no banco que há no shopping, tive um pressentimento, sei lá, uma sensação ruim, um medo repentino de ser assaltada na rua. Como se eu estivesse muito segura no shopping, mas mesmo assim segui meus instintos e fui, após dar um pulinho na Universidade e me aborrecer um tico.

Uma vez no shopping, não se pode mais voltar atrás. Tantas vitrines, tantos lugares com comida deliciosa, hummm vou dar uma voltinha depois das contas. Olhar não custa nada além do tempo, e este eu ando tendo de sobra.
Quem sabe comer alguma coisinha boa em promoção. Spoleto, um dos meus preferidos, sempre tem uma comidinha por R$ 9,90. Terminei almoçando na Vivenda do Camarão, tava mesmo com um desejo enorme de camarão, e quando vi meu prato preferido por R$ 15,90, não pensei duas vezes. Dei sorte.

Já alimentada, parti para a caminhada com a desculpa, agora, de ajudar na digestão. Olhar não custa nada, olhar não custa nada, este é o mantra, galera. E aí me deparei com ele: o cardigan. Tão bonitinho, tão minha cara.
Tão confortável, aconchegante, claro que experimentei. Listradinho, preto e branco, mais branco do que preto porque essa minha fase emo dark roqueira pseudo doidona ficou lá nos 16 anos. Mas, pensei assim: estou sem emprego, né? Melhor não gastar à toa, etc etc etc etc. Aí veio um ventão gelado, não sei se do Céu me ajudando ou se do ar condicionado da loja mesmo, e logo decidi: até os desempregados merecem se aquecer no frio. Porque não? Estava até com um preço bom...

segunda-feira, 8 de julho de 2013

Aqui, aos 25

Dia desses, não tão longe pois só completam duas semanas amanhã, fui fazer um exame psicológico. Calma. Pelo que eu saiba, está tudo bem com a mente que vos escreve. Era mais uma etapa de um processo seletivo de uma vaga de um emprego que talvez um dia - não agora, veja bem - eu venha a ocupar. São tantos uns e umas que o talvez quase parece certeza, mas ele logo se perde. É bem talvez, mesmo.

De qualquer forma, isso não é o importante. Pode ser que fique, em breve, nas próximas linhas ou dias. O fato é que, no final desse teste/exame/prova/etc psicológico, precisava escrever uma redação. Até aí tudo bem, sou jornalista, né? Tenho de saber escrever, fazer uma redação, essas coisas. Não que eu não fosse saber se não fosse jornalista. Até porque, talvez esse seja o único dom (aka talento aka uma das poucas coisas que sei fazer de verdade sem nenhuma dificuldade intelectual). O interessante, aqui, é que o tema era... eu. Devia escrever sobre mim. Não há nenhum problema nisso, exceto por não saber de fato o que dizer sobre mim e estar com sono por ter dormido apenas por duas horas na madrugada daquele dia.

Para minha sorte, eu sem querer me ajudei antes mesmo de saber que deveria fazer essa redação. Preparada para procurar sequências de símbolos que nunca decoro como são, fiquei 50 minutos no trânsito pensando em qualquer coisa, menos no teste/exame/prova/etc. Qualquer coisa vulgo este blog. Incrível, não? Já estava com essa ideia há tempos na cabeça. Fazer um blog novo. Algo referente à minha vida a partir dos 25 anos. Deixar aquela garota do casaco verde só na memória e começar do zero. Uma tentativa de ter ânimo, novamente, para escrever sobre aleatoriedades que não sejam apenas seriados.

Sendo assim, ao longo do caminho até o local do teste, fiquei pensando sobre o primeiro post desse blog recém criado. Eu provavelmente, como sempre, teria esquecido tudo se não fosse o próprio teste. Ou seja, meu blog salvou o exame e vice-versa. No fim das contas, achei super apropriado começar minha redação sobre eu mesma falando exatamente sobre meus 25 anos. O que, na verdade, começou com 24. Foi mais ou menos assim:

Faz pouquinho tempo, eu ainda tinha 24 anos. Pouco mais de três meses. Agora, tenho 25. Para algumas pessoas, pode parecer não fazer diferença nenhuma. Talvez, para essas pessoas, realmente nem faça... mas na minha cabeça, aqui, são dois mundos diferentes. É como se agora fosse sério mesmo. Tenho 25. Sou adulta. Meu Deus do céu, sou adulta.

Com 24, eu ainda nem tinha largado o primeiro emprego. Agora, já deixei o segundo (em breve conto para vocês, mas já peço para não me acharem louca) e procuro o terceiro. Com 24, eu nem queria casarterfilhosterfamíliaserfelizparasemprecomalgúem, só queria saber do meu futuro profissional. Hoje, tenho um namorado maravilhoso e incluo sua presença em todos os meus planos futuros (mas ainda sem filhos, por favor). Apesar de já ser uma mulher, com 24 eu ainda me olhava no espelho pensando naquela garota que ouvia Alanis Morissette, tomava café e via seriados. Mas eu cresci. Precisei fazer 25 anos para a ficha cair. Continuo fazendo as mesmas coisas, mas cresci. Entendem?

Pensando bem, para o meu próprio bem, essa não é a reprodução exata da redação no teste/exame/prova/etc. A questão principal é: agora tenho esse novo blog aqui. Espero que quem ainda não tem 25 anos possa se identificar com as futuras besteiras que escreverei, afinal, mesmo crescida, às vezes sinto como se tivesse 20. E, dizem, tenho carinha de 19 (mas a avó do meu namorado, é bom dizer, disse que pareço ter 15, de modo que mesmo não sendo verdade, eu acreditei, porque me sinto melhor assim). Espero o mesmo de quem já passou há muito dos 25, afinal você pode ter ainda pensamentos como os meus.

E o que dizer para quem está comigo nessa caminhada? Cá estamos, já pedindo para o tempo passar devagar e não chegar logo aos 26. Quem diria que, em 2006, e olha que nem faz tanto tempo assim, foi uma grande comemoração chegar logo aos 18. Nada mudou. Nada muda. É só o tempo passando. E agora esse passar de tempo faz mais sentido do que nunca.